terça-feira, 13 de dezembro de 2011

A Evidência do IV Reich - Pequena nota devido à gravidade da situação, rumo à catástrofe europeia

Desde a unificação alemã, sob a batuta da Prússia de Bismark, em 1871, que o projecto nacional saído dessa Alemanha é imperial, baseado na pretensa superioridade cultural, civilizacional e racial dos povos teutónicos e arianos.
Anexou inicialmente territórios à França, como a Alsácia e a Lorena, depois a leste, depois o sul da Dinamarca, inclusivamente, anexou territórios em África, correspondentes às actuais Namíbia e Tanzânia.
Toda essa política de expansão levou a Europa ao desastre, em 1914; posteriormente, em 1939, sob o comando de Adolf Hitler, esses "valores" imperiais foram levados a um extremo e a uma brutalidade nunca vistas na História humana.
Após a reunificação de 1990, esses valores de pretensa superioridade alemã voltam a fazer-se sentir. Mas como os tempos são outros e os critérios de definição de "quem manda" também, perceberam que já não é com exércitos nem com guerras que se subjugam os povos, mas sim com o poder do capital financeiro, de preferência no seio de organizações internacionais, como a União Europeia, cujo rumo influenciaram, definitivamente, em seu proveito.
Isto é, abandonaram os velhos paradigmas bélicos e militares, para continuarem o seu projecto nacional e imperial de conquista e de subjugação dos povos à sua suposta superioridade por outros meios, neste caso, económicos e financeiros, podendo levar a Europa a uma terceira e definitiva catástrofe!
Actualmente já não se medem narizes, nem se vê a cor dos olhos, nem do cabelo, nem da pele, para determinar as "raças superiores" e as "inferiores". Os critérios são outros, mais politicamente – e sinicamente – correctos e actualizados, baseados na economia, na produtividade, na organização e controlo das finanças públicas, etc...
Mas o princípio racista e segregador é o mesmo: eles sentem-se superiores porque têm orçamentos equilibrados e controlados, produtividade alta e economias em crescimento, tal como noutros tempos se sentiram superiores por terem olhos azuis e cabelos louros.
Olham para os restantes povos da Europa, nomeadamente para os povos semitas do Sul, como inferiores, pelo facto de não terem os padrões macroeconómicos acima referidos. Sendo que, dentro da lógica imperial prussiana, como são inferiores e incapazes de se organizar e governar a si próprios, não têm direito a serem independentes e estão condenados a ser comandados por quem sabe e por quem deve mandar, isto é, os povos germânicos,
arianos e teutónicos.
É este o caminho que está a ser seguido na actual União Europeia, que não passa, neste momento, de um mero suporte legal ao domínio alemão sobre a Europa, pois já se lhes deu demasiado espaço no seu seio, tal como foi dado nos anos trinta do século XX, com as consequências horríveis que são conhecidas.
Provavelmente, já será tarde demais para evitar a evidência de um desastre...

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

O surgimento do IV Reich

De valores democráticos aparentemente sólidos, com um nível elevado de participação cidadã, de uma excelência cultural e económica invejável, a actual Alemanha parece ter enterrado definitivamente, para a Europa e para si própria, os horríveis acontecimentos anteriores a 1945, pelos quais foi responsável.
O envolvimento no projecto de construção europeia, - condição sine qua non da reunificação de 1990 - nas operações de guerra do Kosovo em 1999, nas negociações da questão nuclear iraniana e na missão militar de estabilização do Afeganistão, entre outras, parecem trazer de volta a nação alemã ao núcleo duro das potências ocidentais, ao ponto de ser muito real a possibilidade de, a muito breve prazo, poder ocupar um lugar de membro permanente no Concelho de Segurança das Nações Unidas.
Por outro lado, o esforço de todo o povo alemão, logo após 1945, como também após a reunificação em 1990, de afastar de si todos os pressupostos políticos, étnicos e imperialistas que levaram o mundo a duas guerras mundiais, surtiu efeitos numa nova geração de elites, de intelectuais e de políticos, suficientemente forte para o mundo poder remeter para os livros de História todos os crimes hediondos perpetrados pelos nazismo, dissociando-os totalmente da Alemanha actual.
Devido ao seu poderio económico e à sua capacidade de organização e de trabalho, a Alemanha assumiu, desde há muito, um protagonismo inegável e incontornável no projecto europeu.
Não obstante o mérito em tudo isto, ao longo dos últimos anos, nomeadamente desde a criação da Moeda Única, que a Alemanha aspira a uma posição de liderança europeia, comparável ao da antiga Prússia no processo de unificação alemão, no século XIX.
Foi ela que, nos anos 90 do século XX, estabeleceu os chamados Critérios de Convergência para a adesão ao Euro. Também foi ela que, após isso, impôs à Europa aquilo que só ironicamente poderá ser chamado de "Pacto de Estabilidade e Crescimento", vinculando os Estados europeus membros da moeda única a políticas fiscais rígidas o suficiente para lhes asfixiar o crescimento, algo que se verifica em todos eles desde o virar do século.
O advento da crise financeira de 2008, aliado a um crescimento económico anémico fruto de anos de políticas fiscais obcessivamente fixadas nos défices orçamentais e nas dívidas públicas, colocou vários estados europeus à beira da ruptura financeira, alguns dos quais já sofreram intervenção externa, como é o caso da Grécia, da Irlanda e de Portugal.
Mais uma vez, a Alemanha assumiu um papel de relevo nessa intervenção, tendo imposto, juntamente com o FMI, condições de financiamento brutais, que só irão levar os referidos países ao desastre económico e financeiro, provocando recessões económicas profundas e respectivos desequilíbrios orçamentais insanáveis.
Aos países em dificuldades que ainda não sofreram intervenção externa, como são o caso da Espanha e da Itália, a Alemanha impôs duríssimos planos de austeridade que irão sufocar ainda mais o crescimento e que levarão, a médio prazo, que eles próprios possam sofrer a “ajuda” económica das instituições internacionais.
Aliando tudo isto ao facto de que todas as medidas tomadas pelo Banco Central Europeu são tomadas em prol da economia alemã em detrimento de todas as outras, sendo o país da zona euro que mais beneficiou da moeda única e o único com crescimento económico pujante, à custa de todos os outros parceiros, fruto de um protagonismo desmesurado e de uma aspiração de liderança totalmente contrários ao espírito do projecto europeu, que está a ter como consequência uma desagregação gradual da União e o ressurgimento de novos e velhos ressentimentos que minarão a longo prazo todo e qualquer avanço na construção da Europa, criando nos povos uma sensação de domínio e de subserviência face ao poder alemão. Não é esta a Europa de paz que queremos, não é este o projecto com a viabilidade exigida para a Europa, antes pelo contrário!
Para piorar ainda mais as coisas e para ressuscitar fantasmas que se julgavam mortos, a Chanceler Merkel veio colocar em causa a soberania dos Estados em dificuldades financeiras. Todos nós sabemos que sempre que a soberania de um Estado é colocada em causa por outro, leva inevitavelmente à guerra. Não queremos isso, pois a finalidade primeira do projecto europeu, criado na ressaca da Segunda Guerra Mundial, era precisamente que jamais os estados europeus se envolvessem numa guerra entre si. As afirmações da Chanceler colocam tudo isto em causa, de um modo grave e perigoso, pois parece assumir que quer a liderança e o domínio político sobre a Europa, desta vez apoiada no poder económico, em vez do militar.
Desperta velhos ódios, potencia desuniões, não resolve problema nenhum. Pelo contrário, vão-se deitando cada vez mais achas para a fogueira já está a consumir a Europa, nomeadamente quando o actual Comissário Europeu da Energia, o alemão Günther Oettinger, sugeriu a colocação a meia-haste, nas Instituições europeias, das bandeiras dos países em dificuldades, numa forma de nazismo não assumido. Não foi demitido, como se exigia. Nem sequer uma advertência lhe foi feita. Muito menos pediu desculpas públicas. Imoral.
Partindo do princípio que a construção europeia é um processo voluntário e colectivo, no qual todos cedem gradualmente um pouco da sua soberania a uma entidade comum que não um Estado, visando o bem comum e não os interesses particulares dos grandes estados, podemos afirmar, sem nos enganarmos, que a actual Chanceler alemã, com a sua política de tentativa de domínio da Europa baseada na suposta superioridade alemã, está a destruir um processo iniciado há mais de sessenta anos, fazendo perigar a prosperidade e a paz, tendendo a cometer erros que pensávamos que jamais voltariam a ser cometidos e que levaram a extremos irracionais de consequências terríveis.
Só que desta vez não haverá hipótese para a Europa se voltar a reerguer…